15.7.10

Prostituta fantasma volta para assombrar colegas

Certa vez num quarto de hotel barato, no centro de São Paulo, após uma bela de uma foda, uma GP (garota de programa) do Teatro Orion contou-me uma história de arrepiar. Disse ela ter sido vitíma de assombração numa noite em que dormira nos aposentos daquele velho e sinistro teatro.

Segundo a garota, naquela noite ela resolveu que dormiria lá mesmo já que morava longe e não tinha muita disposição para dirigir. Esperou que todos fossem embora e que o teatro fechasse.

Ela foi até um quarto instalado nos fundos do teatro, longe da vista do público, ficando totalmente solitária naquele local escuro e sombrio. Na época ainda não havia as suítes recém-construídas que existem hoje.

Para se fazer programas, os clientes tinham que sair com a garota para um hotel nas redondezas, geralmente uma espelunca qualquer.

Portanto, aquele era o único quarto disponível que havia para ela dormir no teatro. Tratava-se, na verdade, de um cubículo com uma cama improvisada, instalado dentro do camarim das garotas.

A GP tratou logo de se acomodar. No quarto não havia TV, então ela deitou-se, apagou a luz e esperou o sono chegar. Já passava da meia-noite quando ela conseguiu finalmente dormir. Na calada da noite, ela despertou pensando ter ouvido alguém tentando abrir a porta do quarto que estava trancada.

Ainda sonolenta, ela pensou que tivesse tido apenas uma falsa impressão e voltou a dormir. Longe dos ruídos noturnos do agito da Rua Aurora e redondezas, a garota repousava sob um total silêncio, quase sepulcral. Tivera um dia agitado, bebera além da conta e fizera bons programas. Meteu bastante.

Mas um mal súbito a acordou no meio da noite. Assustada, agora ela tinha a certeza que não estava sozinha no quarto escuro. A garota podia perceber um vulto a observá-la. Talvez fosse um sonho ou um pesadelo, mas bastou alguns segundos para que a GP tivesse a plena certeza de que estava acordada e de que a situação era real: tinha alguém no quarto com ela.

Seja lá quem fosse, o vulto abriu a porta. Ela pode ouvir os passos. Com o coração batendo forte e totalmente paralisada, a garota não ouviu mais nada. Nem sequer os passos da pessoa nas escadas de metal, único local de acesso para quem quer sair dali e dirigir-se para a parte de fora dos bastidores do Teatro Orion.

Não era possível que essa pessoa não tivesse saído dali sem passar pelas escadas sem fazer barulho. Apavorada, a garota não conseguiu mais dormir e tampouco adquirir coragem para levantar da cama e verificar o que estava acontecendo.

Deitada em seu leito de horror, a GP delirava, quando lhe ocorreu a lembrança do triste episódio da garota que morrera no palco durante o show que fazia. Para pavor de todos que estavam no teatro naquele dia. Já seminua, a garota teve um ataque súbito e caiu estirada no chão. Foi socorrida e levada, do jeito que estava, por uma ambulância para o hospital.

Mas já era tarde demais para a garota. Morrera a caminho do hospital ou quem sabe já estivesse morta quando caíra desfalecida e nua sobre o palco, no último show de strip de sua insignificante vida. Dizem que essa infeliz puta fora vítima de uma cirurgia plástica mal feita de implante de silicone nos seios.

Na época era moda ter peitões siliconados. E quase que uma obrigação para as putas também tê-los. Mas como as GPs do Orion gozavam de poucos recursos, então elas procuravam qualquer carniceiro que lhes deixasse os peitos mais vistosos para deleite dos tarados de plantão. cobrando um valor acessível. No caso dessa pobre infeliz, o barato lhe saiu caro e acabou lhe custando a vida.

A GP que decidiu dormir no Orion começou a sentir calafrios ao lembrar das histórias que ouvira de outras garotas, que juravam ter visto a falecida vagando pelos bastidores do teatro no intervalo dos shows. Com a mente tomado por essas lembrancas terríveis, ela passou o resto da noite em claro.

Ficou ali acordada até o amanhecer. Quando, finalmente, viu a claridade do dia, a GP tomou coragem e saiu de seu quarto. Com apenas a cabeça para fora do quarto, de espreita atrás da porta, ela olhou por todo o estreito corredor da parede final até as escadas de metal e nada viu de estranho. Vestiu-se e foi ao banheiro onde não havia niguém. Ela estava completamente sozinha.

Seria essa história verdadeira? Ou apenas um delírio macabro?

Bom, claro que o universo das garotas de programa é extremamente fantasioso e feito de mentiras. Mas dois amigos meus, que se dizem sensitivos ou algo assim, juram de pé junto que o Teatro Orion está tomado por energias negativas. Seja lá o que for isso. Inclusive, um deles, teve um surto de loucura certa vez, aprontando os diabos lá dentro, jogando lata de cerveja no chão, fumando onde não podia fumar e beijando a testa do segurança até ser retirado à força do local. Ensandecido, ele bradava: "Eu sou o Renato Mendes, tirem as mãos de cima de mim. Eu sou o Renato Mendes. Vocês me pagam, eu tenho um laptop". Sinistro!

Para mim, o Teatro Orion não traz mau agouro algum, muito pelo contrário. Sinto uma paz interior intensa quando estou naquele recinto. O Orion é para mim um santuário (ops), onde posso descansar e orar em paz, em nome da santa putaria, longe da inquisição do dia-a-dia e das assombrações do cotidiano maçante.

A única assombração que vejo ali são as mulheres feias e pavorosas que existem aos montes. Verdadeiras filhotes de cruz-credo. E isso não é pouca coisa.

(Texto de Baby Doc, matemático e pornófilo, em colaboração exclusiva para Mondo Cane. A arte que ilustra esse post é do desenhista Fulvio Pacheco)

3.7.10

Primeiro pornô 3D faz 20 anos

A Folha.com noticiou recentemente que a Hustler seria responsável pela produção do primeiro filme pornô com cenas em 3D. Na verdade, a primeira obra do gênero com sequências tridimensionais foi dirigida pelo mestre Anthony Spinelli em 1990, ou seja, há exatos 20 anos.

"Princess Orgasma and the Magic Bed" traz no elenco as deusas Nina Hartley, Debi Diamond e Diedre Holand, entre outras atrizes, ao lado dos veteranos Joey Silvera, Buck Adams e John Doug. O filme foi lançado nas locadoras do Brasil como "A princesa Orgasma e a cama mágica" entre o final de 1992 e o início de 1993.

Na época do lançamento, a novidade chamou a minha atenção. Quem alugava a fita VHS, levava para casa o tradicional óculos para filmes 3D, com uma lente azul e a outra vermelha.

Não me recordo se "A princesa Orgasma" foi o primeiro filme 3D que vi na minha vida. Ou se foi "Freddy's Dead: The Final Nightmare", de 1991, uma das piores partes da série "A Hora do Pesadelo", que assisti no cine Marabá no mesmo período em que o pornô 3D chegava no Brasil.

A história de "A princesa Orgasma" é bem simples. Cada casal do filme passa a ter viagens alucinógenas, antes mesmo de fazer sexo, apenas ao subir na cama mágica do título, que pertenceu à princesa Orgasma há um século. Maças e vibradores voam ao redor dos protagonistas e do espectador que está usando os óculos 3D.

Mas a melhor coisa do filme é ver estrelas como Nina Hartley e Debi Diamond em cenas de sexo explícito em terceira dimensão. Quem não queria ter a impressão de se sentir no mesmo set com essas mulheres? A única desvantagem era continuar assumindo o papel de voyer, mesmo com a sensação de estar a poucos metros das estrelas do pornô americano.

(Mondo Cane agradece a Asahi Video por fornecer a imagem da capa que aparece nesse post. A Asahi é uma locadora especializada em filmes pornográficos há 20 anos. Conheça o site dela clicando aqui)