4.9.13

Adaptações da Boca do Lixo: A moreninha (1970)

Depois de ver a adaptação para o teatro do romance A Moreninha, o diretor Glauco Mirko Laurelli decidiu levar o clássico da literatura brasileira escrito por Joaquim Manoel de Macedo (1820-1862) ao cinema no ano de 1970. O papel de protagonista coube a uma mocinha de 19 anos, que até então só havia feito pontinhas nos filmes O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, e Cléo e Daniel (1970), de Roberto Freire. Sonia Braga brilhou no papel de Carolina, a Moreninha. Um papel adequado para quem conquistaria o mundo anos depois com sua morenice brejeira.

Glauco e o diretor de musicais e compositor Cláudio Petráglia, responsável pela versão teatral do romance e convidado para ser um dos produtores da obra cinematográfica, escolheram o ator David Cardoso para interpretar Augusto, estudante de medicina que tem a fama de um Dom Juan desalmado. Um papel adequado para quem anos mais tarde se tornaria o rei da pornochanchada, por incorporar o garanhão em todos os seus filmes. Antes de A Moreninha (1970), David Cardoso havia feito pequenas participações em outros oito filmes, entre os anos de 1963 e 1968.

A adaptação cinematográfica de A Moreninha é fiel ao texto de Joaquim Manoel de Macedo. Augusto e dois amigos (um deles interpretado por Carlos Alberto Riccelli, em sua estreia no cinema) são convidados por Felipe (Nilson Condé), todos colegas do curso de medicina, para passar o dia de Sant’Anna na casa de sua avó, em Paquetá, no Rio de Janeiro. Augusto havia dito que as mulheres viviam encantadas por ele, que nunca deixava a paixão delas se prolongar. “Isso é coisa para bocó”, desdenha o personagem de David Cardoso.

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