19.7.09

"Um buraquinho não faz mal pra ninguém"

"Elas São do Baralho" (1976) foi o terceiro dos cinco filmes dirigidos pelo novelista Silvio de Abreu na Boca do Lixo de São Paulo. Trata-se de uma das pornochanchadas produzidas com esmero pela Cinedistri, companhia fundada em 1949 por Oswaldo Massaini na Rua Dom José de Barros, no Centro de São Paulo, e que sete anos depois se instalaria na Rua do Triunfo, a principal central de produção do cinema da Boca do Lixo.

Silvio de Abreu desenvolveu o argumento e roteiro de "Elas São do Baralho" com o crítico de cinema Rubens Ewald Filho. Eugênio Miranda (Cláudio Corrêa e Castro) é um executivo de uma corretora de valores em Belo Horizonte que, a contragosto, é transferido para a filial de São Paulo a fim de melhorar o desempenho da filial paulista. Ele viaja com a mulher Angélica (Sônia Mamed), quando tem o carro abordado por assaltantes, entre eles o gaiato Pirilampo (Adoniran Barbosa).

O mineiro ainda sofre na mão de um grupo de menores golpistas. Um dos moleques espanta os ladrões ao imitar a sirene de uma viatura, mas outro pivete furta a chave do carro sem que Eugênio veja. Os moleques exigem uma recompensa para procurarem a chave do veículo. Depois de embolsar uma grana do executivo, os dois garotos entram no carro para ensinar o executivo como sair do matagal.

No meio do caminho, os moleques queimam um chumaço de pano e o atiraram pela janela, depois que o cheiro impregnou o interior do carro. Os meninos fazem Eugênio acreditar que o automóvel está com problema do motor e o levam até um mecânico golpista, que arranca dinheiro do mineiro sem o menor esforço. Eugênio ainda perde uma grana ao se envolver em um acidente de trânsito.

A estadia do executivo em São Paulo piora depois que um policial chega no local do acidente e pede os documentos do carro. Eugênio explica que foi assaltado e o policial questiona se ele tinha dado queixa do roubo. O mineiro e a mulher são levados para prestar esclarecimento na delegacia, onde acabam presos e humilhados pelo delegado de plantão (Carlos Koppa).

Com a prisão dos assaltantes e o encontro do documento de Eugênio entre os objetos apreendidos com o bando, o mineiro é libertado. Ao chegar no escritório no dia seguinte, Eugênio descobre que os corretores paulistas não costumam aparecer tão cedo no serviço e avisa que vai instituir o livro de ponto. Os paulistas decidem armar uma festinha surpresa para o executivo mineiro.

A festa em questão reunirá várias mulheres nuas. Os corretores perguntam se o executivo toparia participar de uma reunião mais íntima, para que todos se conhecessem. Eugênio relata que em Belo Horizonte costumava se encontrar com os amigos de trabalho para jogar buraco. "Um buraquinho não faz mal para ninguém", observa o mineiro, fazendo com que os subordinados caíam na gargalhada.

No dia da farra, Eugênio aparece na festa surpresa com a mulher do lado. A confusão começa, quando os paulistas tentam esconder a mulherada pelada no apartamento para que a esposa do mineiro não perceba a real intenção do encontro promovido por eles. A balbúrdia aumenta mais ainda com a chegada de um travesti faixa preta de caratê, que havia sido contratado para participar da festinha.

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